Acaso ou Destino

sábado, outubro 28, 2006

Lar "doce" Lar

Lar, o mesmo que; casa de habitação, família, pátria ou ainda (a que achei mais piada); parte da cozinha onde se acende o fogo (vulgo fogão). Deve ser por isso que se diz que a mulher é a rainha do lar. Desculpem, foi uma provocação, acordei bem disposto!

Dentro do lar passam-se as mais variadas situações; amor, ódio, indiferença, compaixão, amizade, tudo aquilo que acontece pelo facto de conviverem pessoas e suas diferenças.

Como habito um apartamento modesto do século passado, as paredes permitem aquelas pérolas da vida, que é ouvir o que se passa na casa alheia.

Oh vizinha! Eu sei que já tinha acordado, mas posso ficar na cama a tentar acordar o cérebro mais algum tempo que durante a semana, que aí não tenho essa oportunidade.
Não! Deve pensar ela.
Porra! Começam logo na gritaria uns com os outros. Não percebi bem qual o tema, mas ouvi apenas um "...não posso..." e outra "...Odeio-te...Odeio-teeee..." Provavelmente era mãe e filha, em que a mais nova (a filha), devia estar a cravar alguma coisa à mãe.
Nos tempos de crise, não é fácil gerir as necessidades dos filhos e os putos ainda não percebem bem que o dinheiro sai do suor dos pais, muitas vezes mal pagos. E que o têm de administrar muito bem, para que nunca falte comida na mesa e ao mesmo tempo, pagar contas e tentar dar o melhor para os filhos. Mas este melhor não significa ter de dar o que os coleguinhas também têm, porque tiveram mais "sorte" na família que tiveram, no sentido de não serem remediados e não terem de se preocupar com esses detalhes.
Eu cá desde muito cedo, mesmo vivendo com os meus pais, era eu que tinha de juntar para comprar as minhas roupas, se queria alguma coisa mais a meu gosto.

Do outro lado do apartamento, aí sim, é mãe e filha, que vivem sozinhas. Não é frequente, até porque parece que se dão bem, mas a mãe de vez enquando tem uns cheliques e a filha lá tenta chamar a mãmã à razão;
- "...não é isso, estou cansada"...

Epá, só queria sossego no meu lar, será pedir muito? Até me separei por ter uma vida assim, em constante agitação das cordas vocais. Mas temos pena, eu sempre detestei gritaria.

Não vou falar da cama a bater na parede, aí não há muito para decifrar, embora nestas bandas, não seja recorrente. Os casais já são maduros e passaram a adoptar o sexo anal.... nada disso, seus depravados, é mesmo o sexo de ano a ano, tem anos que sim, outros que não.
Aqui no meu lar, há um defice dessas coisas. Ahhh.. Vizinhos me aguardem, quando o bicho pegar, vou tirar a barriga de misérias.

Nos lares, nasce a vida e por vezes é aí que se dão as maiores agressões à dignidade humana.
Detesto violência. Não entendo qualquer que seja o tipo de violência praticado. Não entendo que um ser humano tenha de provar a sua razão, a sua teimosia, à pancada a outro ser humano, mesmo que a violência seja verbal, que também agride fortemente a estabilidade psiquica de muitas pessoas.
Basta ler os jornais populuchos ou sensacionalistas, ver a tv e constactar essas aberrações.

Também tenho as minhas fúrias, no trânsito, por exemplo, mas admito que não sendo bonito, salta-me aquela ira! Depois até me chamo estúpido a mim mesmo e não gosto de ter essas actitudes, por isso tenho sempre o consciente alerta para tentar mudar. E alguns progressos vou fazendo, de vagar se vai ao longe!

Mas eu separei-me por não suportar essa convivência atribulada, mas quantos casais o fazem? Porque será? Serão as ditas relações, tipo "Família Italiana", em que todos berram e se amam incondicionalmente? ou será o comudismo, a dependência?

Também há aqueles que fora do lar, são uns grandes machos. Já ouvi casos, em que os colegas diziam:
- "... Pois, vem para aqui gritar e em casa leva porrada da mulher..."
Ou seja, o lar por vezes é o agressor, outra vezes é o local onde se descarregam as amarguras do dia a dia.

Há sempre a opção do diálogo ou a da brutalidade. Eu prefiro a primeira, se não resultar, é fácil, pego na trouxa e vou à vida...

O lar devia ser harmonia, partilha, amizade e amor. Se isto um dia acontecer, o mundo ficará muito menos violento.

Parece que a gritaria da vizinhaça acabou cedo hoje!
Vizinhos se lerem isto, mesmo que não sejam os meus, passem palavra e não se esqueçam que as paredes têm ouvidos. Eu não paguei para este espectáculo, please!!!Tenho direito ao sossego.
Depois dizem que escorregaram nas escadas. Sim Sim...

A solução é ouvir música, de preferência alta, embala a alma e protege da violência do mundo exterior.

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