Chefes... Oh raça!!!
Passados mais três anos com este novo chefe, que não tem nada a ver com o anterior, da-me liberdade, autonomia e permiti-me gerir e ter os louros dos meus próprios méritos. Tudo muito bom, mas não chega. Falta-lhe alguma competência de puxar pelos seus colaboradores, debatendo-se para que tenham condições iguais e sejam melhor remunerados, à luz das nossas competências e responsabilidades. Mas o gajo como é um baldas e tá bem, não faz népia para não ser posto em causa, é este o lema dos maus chefes, manter as aparências, ir dizendo à malta que faz e acontece, mas depois enquanto não tem o bolso dele recheado, não faz pelos subalternos, claro está. Já eu estava a trabalhar com ele à apenas um ano e dizia aos meus colegas que já trabalhavam com ele à anos, que ele era assim, eles não me ouviam, diziam que eu era maluco e estava sempre a reclamar, pois sim... Passados dois anos já me dão razão. Agora por alturas de avaliações e reestruturações internas de carreiras, aproveitei para avisar os meus três chefes hierarquicos que este ano, ao contrário dos outros, não vão receber uma carta, vão apenas ter o privilégio de receber em “CC” o mail que vou enviar directamente para os Recursos Humanos da empresa. Se os outros intentos bateram na parede, quero ver os RH fazerem vista grossa a este. A carta vai ser apenas um questionário, directo e frontal, aguardando por uma resposta. Já tenho a dita preparada, com muitas bocas à mistura, mas vou retirar toda essa parte e enviar o essencial, pois já tinha três páginas e acredito que nem lessem a primeira. Então como eu gosto vai ser curto e grosso e quero uma resposta. A seu tempo publicarei na integra, eventualmente com alguma parte censurada por questões pessoais, mas será aqui publicada, para vocês verem o que é um gajo maluco que não se rebaixa a pressões de aproveitamento da fragilidade dos empregados.
O texto já vai longo, queria deixar apenas a ideia de que maus chefes, tornam as empresas mais burocráticas, criam mau ambiente entre colegas e fazem com que a qualidade de vida e estabilidade psicológica das pessoas seja débil. Como estou farto de dizer, as empresas crescem com as pessoas e a elas devem o sucesso diário das batalhas vencidas. Claro está que os chefes têm grande importância e muitos deles são de grande valor, sem ser o meu chefe directo, que é o tampão primário, os outros são excelentes e gosto muito deles, infelizmente só trabalho na sua dependência à um ano, que já permitiu que este ano fosse reconhecido, mas que não chega. Quero igualdade perante funções e responsabilidades e é tão só isso que vou questionar. Porque a diferenciação?
Junto agora um exemplo de como uma má politica de RH pode deitar a baixo uma organização, ou pelo menos fazê-la tremer. Uma das pessoas do meu ginásio vai embora, uma excelente professora e amiga, que cativa as pessoas pelo seu profissionalismo e boa disposição. Vai embora por questões de discordância, por ser mal paga e por exigir um ajustamento mais próximo da realidade e competência. Eu acho mais que justo, pois é uma miséria para quem dá o suor, várias horas por dia. Mas acho que encontrou melhor e partiu, mas certamente não partiria por uma pechincha que pediria. No entanto a gerência esquece-se que é ela e mais uma ou duas professoras que mantêm muitas das pessoas naquele ginásio. Não é pela simpatia dos gerentes, que alguns são muito mal encarados e ninguém gosta deles. Não, é simplesmente pela simpatia e profissionalismo dos professores que são excelentes, pela sua boa disposição e pela sua maneira de cativar as pessoas e criar um espírito familiar nesse ginásio. É como perder um amigo que foi afastado de um grupo de amigos por razões que ninguém entende. Nós clientes, vamos para fazer desporto, mas ao mesmo tempo vamos pelo convívio que se junta diariamente, que nos faz esquecer os problemas laborais e do dia a dia, tentando relaxar para recarregar baterias e assim todos os dias rejuvenescemos. Não esqueçamos que este é o trabalhos destas pessoas e que tendo os seus problemas laborais como qualquer um de nós, estão sempre a sorrir para nos animar e motivar a dar o litro nas aulas que dirigem. Fico feliz por ter encontrado melhor futuro, mas ao mesmo tempo triste por ver que também acontece com pena da pessoa, pois éramos uma família e vê-se nos seus olhos que está com saudades daquela camaradagem. Por mais que até venha depois a manter-se cliente, não será certamente a mesma coisa. Mas será que os gerentes e chefes não percebem, que não dando valor a quem o tem, a quem dá o litro para manter os clientes satisfeitos, arrisca-se a perder a sua fonte de rendimento. Se já pensava mudar de ginásio por questões meramente de proximidade de casa, com esta pedrada no charco, já ouvi em dois dias apenas, várias pessoas ponderarem sair. Ainda se mantêm a outra excelente professora e por isso ainda me mantenho resistente, mas se por um acaso alguma vez esta também sair, acreditem que não duro lá nem mais um dia. As pessoas fazem uma casa, um departamento e uma empresa.
Pessoas satisfeitas, criam bons ambientes ao seu redor, contagiam os outros a produzir mais, mas as pessoas têm de ser recompensadas pelo seu contributo, têm de se sentir acarinhadas, justamente e equitativamente remuneradas perante iguais funções e responsabilidades, evitando discrepâncias injustas. A vida é curta e tenho pena que tenha-mos uma cultura de empresas muito más a nível de gestão dos seus recursos humanos que são as pessoas. É a triste realidade. Se és chefe e tens pessoas a teu cargo que não são igualmente remuneradas e não têm as mesmas oportunidades. Se essas pessoas têm valor e não são uns acomodados, que também há muitos, trata de fazer alguma coisa, uma avaliação justa e não limitando à típica avaliação por antiguidade, tipo tropa, ou reconhecendo competências, só para o seu lugar de chefe não ser posto em causa. Pois chefe que se preze protege os seus subalternos, mesmo que não sejam os melhores, pois estaria a por em causa a sua qualidade de chefe. Infelizmente é assim, manter as diferenças para não ter de justificar os porquês. Chefes sem colhões e paus mandados. Eu não sou nem serei um pau mando e a mim não me tomam por parvo. Preparem-se que vai sair bomba...
Há excelentes chefes, seja feita justiça também, tal como referi no meu caso o chefe do meu chefe e o director, são excepcionais e, é por eles e por pessoas como eles que as coisas andam. Felizmente estão mais acima na hierarquia para fazer isto andar para a frente, mas sujeitam-se a perder formigas do seu batalhão se não derem um murro na mesa. Eu vou dar-lhe uma forcinha e obriga-los a terem de se pronunciar. Sou amigo não sou...